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Reviews

 
Rádio Autónoma
Portuguese Radio; Junho 2013
http://lisboalowcost.blogs.sapo.pt/117138.html
 
Review by Jorge Santos at Jorge’s Place
Lisbon, Junho 2013
http://vamos-ao-nimas.blogspot.pt/2013/06/the-monkey.html
 
THE MONKEY
 
Uma macaca humanizada discursa perante uma Academia de Ciências, contando a história que a levou da selva aos palcos do music-hall.
Baseado num texto de Franz Kafka intitulado “Um Discurso para uma Academia”, esta peça é uma comédia sobre a condição humana e sobre o conceito da liberdade. Dito assim parece que estamos perante uma daquelas “intelectualices” chatas, mas muito pelo contrário. Com uma encenação simples de John Mowat e um cenário praticamente despido, o que temos aqui é uma peça que flui sem quebras, onde o humor está sempre presente e que, praticamente a brincar, nos põe a pensar em coisas sérias, mas nunca caindo na moralidade.
 A dar vida a esta macaca temos uma espantosa Maria Vasconcelos. Esta jovem actriz é, infelizmente, um dos segredos mais bem guardados do teatro português. De uma versatilidade incrível, ela consegue criar uma empatia imediata com o público, que facilmente se rende ao seu enorme talento. Nesta peça ela é simplesmente genial, saltando espontaneamente do registo da macaca humana, sexy e snob, para o registo da macaca animalesca. A forma como ela interpreta este texto de Kafka é simplesmente notável!
Anteriormente, tive o prazer de ver Maria Vasconcelos como uma palhaça na peça infantil MI CASA ES TU CASA e como uma portuguesa por terras do Brasil em GAROTA PORTUGA PROCURA; em ambas as peças ela revelava ser uma actriz muito expressiva e de grande fisicalidade. Mas neste THE MONKEY ela transforma-se numa verdadeira estrela e só espero que o público tenha o prazer de a descobrir.
Adorei a hora que passei na presença desta grande actriz e aconselho vivamente a não perderem esta peça. Está em exibição num espaço teatral um bocadinho obscuro; chama-se Inimpetus e fica muito perto do Centro Comercial das Amoreiras. Que o facto de terem de entrar por uma garagem não vos assuste, pois lá dentro espera-vos um bom auditório. Por isso deixem-se seduzir pelo brilhante poster desenhado por Luís Covas e aceitem o convite para ver THE MONKEY, que eu acredito ser um dos momentos altos da temporada teatral!
 
Review by Rita Jardim at Rua de Baixo
Lisbon, Junho 2013
http://www.ruadebaixo.com/the-monkey-08-06-2013.html
 
“The Monkey”
 
Com encenação de John Mowat e interpretação de Maria de Vasconcelos, The Monkey estreou no dia 7 de Junho e vai estar em cena durante este mês no espaço Hangar, em Campolide.
 
“Escolhi o caminho da Humanidade. Eu não tive outra saída, partindo do pressuposto de que a Liberdade não estava destinada a ser uma escolha.”
 
Este espectáculo a duas mãos e apenas um corpo, que na verdade se transforma de forma extraordinária em vários corpos ao longo da cena, é baseado num texto de Kafka “Um discurso para uma Academia”, o universo kafkiano de metamorfose e metáfora está presente em cada camada deste espectáculo. E ele tem muitas.
 
Maria de Vasconcelos, especializada em teatro físico e teatro do gesto, é exímia no corpo de uma macaca que já quase é apenas humana e no corpo de uma humana ainda presa a alguns sentimentos de símio que diz já ter esquecido.
 
John Mowat, internacionalmente reconhecido pelo seu estilo de comédia altamente visual, encontra aqui uma actriz capaz de uma metamorfose quase completa, o que lhe permite mostrar-nos muito bem um pouco do que é Kafka, numa encenação que recai quase exclusivamente sobre o trabalho de actor e a utilização simples e inteligente dos poucos objectos de cena.
 
O texto, que não é um texto dramático, faz-nos pensar, com aparente simplicidade, na ideia de liberdade, de fuga, de possibilidade de escolha entre a fusão com o meio que nos rodeia e o mantermo-nos fieis a nós próprios. Afinal, onde está a saída?
 
É um espectáculo que poderá passar despercebido entre os grandes circuitos de divulgação, mas é sem dúvida um riquíssimo momento de teatro que se aconselha a não perder.

 

 

​Article by Elisa Generoso at Janela Urbana
Lisbon, Junho 2013
http://janelaurbana.com/2013-06-08-the-monkey-historia-de-um-macaco-que-decidiu-ser-homem.html
The Monkey, história de um Macaco que decidiu ser Homem
 
Quando Kafka escreveu Um Relatório para a Academia, de certeza não imaginava que o macaco que no conto se transforma em homem, um belo dia se transformaria numa macaca que, por sua vez, se transforma em mulher, com saia, saltos altos e tudo o que tem direito. Isto, porém, é o que acontece na peça The Monkey, em cena por estes dias no palco  do InImpetus Teatro Formação, em Lisboa.
 
A interpretação generosa de Maria de Vasconcelos, que passa continuamente do estado símio ao estado humano e vice-versa, leva-nos desde logo para uma terra de confim, reino de metamorfose, onde a natureza mais verdadeira do ser humano sobressai como um murro no estômago.
 
A história, contada pela própria macaca com ironia e delicadeza ao mesmo tempo, seria uma boa noticia de jornal de curiosidades: uma macaca, capturada pelos homens numa floresta ainda incontaminada, que, perante à necessidade de encontrar uma saída ao cativeiro, aos poucos se transforma em ser humano.
 
[…] o lugar de um símio é dentro de uma jaula, bom, isso significava que eu tinha de deixar de ser uma macaca- diz ela sem pretensão.
 
A metamorfose é lenta, apesar do seu talento natural para a imitação. Quando, porém, a macaca já aprendeu tudo o que faz do Ser Humano o que é, os seus gestos, a sua língua e, sobretudo, os seus vícios, encontra, nesta nova condição, um cativeiro ainda pior. Ninguém me prometeu que, se eu me conseguisse tornar igual àqueles homens, a jaula seria retirada -, de resto, faz questão de sublinhar que o caminho da humanidade é só uma saída possível, não uma escolha de liberdade.
 
O espectáculo conta com a encenação de John Mowat, encenador do Chapitô.
 
INIMIPETUS | Sextas e Sábados 21:30 |  7 e 8; 14 e 15, 21 e 22 de Junho

 

 

 

Review by Joana Violante at Berlinda
Berlin; Janeiro 2014
http://www.berlinda.org/pt/reportagens/palcos/the-monkey-ou-o-relatorio-a-academia/

The Monkey – ou o Relatório à Academia
 
“Escolhi a via da humanidade. Não tinha outro caminho, sempre supondo que não era possível escolher a liberdade”
Baseado no conto Kafkiano “Um Relatório à academia”, “The Monkey” apresenta-nos exactamente isso: um relatório, nada mais que um relatório, sobre uma macaca africana que se vê necessitada de encontrar uma saída para escapar de dentro de uma jaula. Não em busca de liberdade, mas em busca de uma saída, seja ela por que lado for. Porque Liberdade é um conceito muito abstracto e que significa tanta coisa, e como macaca, estava habituada a ser livre. Não, o que ela precisava mesmo era de uma saída, de um caminho.
Assim, a atriz portuguesa Maria Vasconcelos apresenta-se em palco quase como que num monólogo. “Quase”, porque a interação constante que estabelece com o público leva-nos várias vezes a esquecer que estamos a assistir à “apresentação de um relatório”, fazendo-nos imaginar que estamos perante uma intensa conversa com um amigo, que excitantemente nos conta a sua mais recente aventura e as experiências que de ali surgiram.
E que aventura! Tudo começa com uns tiros. Depois, o sono profundo. Ao acordar, “The Monkey” vê-se encurralado dentro de uma jaula, sem saber muito bem onde nem como.Precisava encontrar uma saída. Lembrado constantemente de que “o lugar de uma macaco é dentro de uma jaula”, decidiu que a melhor solução seria então deixar de ser macaco e transformar-se num ser humano “porque é tão fácil imitá-los…”.
E aqui começa toda uma jornada cómica de aprendizagem. Desde o simbolismo básico, como um aperto de mão, até aos vícios mais mundanos dos Homens, como o tabaco e a bebida, The Monkey é uma extraordinária viagem sobre o drama da humanização de um macaco, ou neste caso, macaca. Nem sempre é fácil, claro está, mas já diz o ditado que a necessidade faz o engenho, e neste caso “aprende-se o que é preciso que se aprenda; aprende-se quando se quer uma saída; aprende-se a qualquer custo.”
Entre risadas e números de circo, passam-se cinco anos (ou uma hora). The Monkey apresenta agora, perante uma plateia de cientistas e curiosos, este relatório de aprendizagem e de “incrível processo evolucionário”, com todos os progressos que conseguiu alcançar sozinho, os caminhos que teve que percorrer, as dificuldades porque passou.
“Seja como for, na sua totalidade eu alcançei o que queria alcançar. Não se diga que o esforço não valeu a pena. Não mais quero nenhum julgamento dos homens, quero apenas difundir conhecimentos; faço tão-somente um relatório; também aos senhores, eminentes membros da Academia, só apresentei um relatório.”

 

 

 

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